Venda de álcool líquido volta a ser proibida
Mercados e Farmácias têm até 29 de abril para a comercialização de álcool líquido 70%.
A Anvisa (Associação Nacional de Vigilância Sanitária) determinou que a presença do produto nas prateleiras volte a ser proibida, sendo apenas a versão em gel liberada.
A Anvisa havia permitido a venda do álcool líquido para o público geral por causa da pandemia de covid-19, mas esse prazo terminou no dia 31 de dezembro do ano passado.
O período que vai até o fim deste mês serve apenas para esgotar os estoques dos estabelecimentos comerciais, “a partir daí a disponibilidade será apenas em outras formas físicas, como gel, lenço impregnado, aerossol”, explica a Anvisa.
Proibição
O Poder Público proibiu em 2002, como medida de segurança pela frequência de acidentes pelo uso do produto, a venda do álcool líquido com percentual igual ou superior a 54 GL em estabelecimentos comerciais como supermercados e farmácias
De acordo com o Ministério da Saúde, são registradas cerca de 150 mil internações por ano, em decorrência de queimaduras. Com base em levantamentos e consultas com participação da sociedade, a Anvisa explica que, em geral, a situação mais perigosa envolvendo queimaduras está relacionada ao uso do álcool no momento em que as pessoas acendem churrasqueiras e fogueiras.
“No gerenciamento de risco são considerados vários fatores para se avaliar o potencial perigo de um produto para o ser humano. No caso do álcool, um desses fatores é a facilidade de espalhamento do produto antes e durante a combustão quando em estado líquido, o que é inversamente proporcional quando com viscosidade. Assim, quando há acidente com o álcool na forma física líquida, a extensão e o dano à pele são grandes”, informou a agência.
Supermercados querem vender
A retirada de álcool líquido das prateleiras de supermercados foi criticada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). A entidade reivindica, junto à Anvisa, que a medida seja revista, sob o argumento de que “o consumidor já se acostumou a comprar [o produto] não só em farmácias, mas em supermercados de todo o Brasil”.
Segundo a Abras, “a proibição da comercialização retira do consumidor o acesso ao produto de melhor relação custo-benefício, comprovadamente eficaz nos cuidados com a saúde, na sanitização de ambientes e na proteção contra doenças, incluindo a covid-19”.
Em nota, o vice presidente da entidade, Marcio Milan, argumenta que “os consumidores se adaptaram e adotaram a prática comum de compra do álcool líquido 70% para higienização de ambientes em casa e no trabalho, pois o setor supermercadista fez uma campanha bem-sucedida de orientação e esclarecimentos que proporcionaram um comportamento sensato e seguro destes sanitizantes, sem o registro de contingência ou acidentes desde a liberação da comercialização pela Agência em 2022”.
A Abras acrescenta que, desde a autorização da Anvisa em 2022, mais de 64 milhões de unidades de álcool líquido 70% foram comercializadas pelos supermercados. “O setor tem observado que o consumidor mantém a preferência pelo álcool 70% na forma líquida por não deixar resíduos em móveis e objetos”.
FONTE Agência Brasil